Honda HR-V Touring, Volkswagen T-Cross Highline e Jeep Compass Limited: comparativo


Nova versão topo de linha do HR-V ganha motor turbo e equipamentos, mas passa a custar quase o mesmo que o Compass. Volkswagen T-Cross, Honda HR-V e Jeep Compass Celso Tavares/G1 Demorou, mas finalmente a Honda lançou o HR-V com motor turbo. A estreia do 1.5 de 173 cavalos e 22,4 kgfm no SUV compacto é na versão mais completa, Touring, que volta ao catálogo após ficar de fora na linha 2019. Junto com o motor turbo, vindo do Civic, o HR-V topo de linha também ganhou acesso sem chave e partida por botão, faróis full-LED, câmera no retrovisor direito e teto solar. Só que esses avanços vieram acompanhados de uma tabela de preços nada amigável. Ele custa R$ 139.900. Veja 60 carros que devem chegar até o fim do ano Este valor é bem mais alto do que os demais SUVs compactos, em suas versões mais equipadas. Ao mesmo tempo, também já é possível pensar em modelos de um segmento superior– caso de Jeep Compass e Kia Sportage, por exemplo. Para colocar à prova esta tática arriscada, o G1 comparou o HR-V Touring com um representante de cada “time”. Entre os compactos, vem o também recém-lançado Volkswagen T-Cross, em sua configuração mais completa, Highline, de R$ 109.990. Dos médios, o Compass carrega o “título” de utilitário esportivo mais vendido do país no ano passado, e chega na versão Limited, a mais completa possível com motor flex. Ela sai por R$ 146.990. Tabela do comparativo entre Honda HR-V, Jeep Compass e Volkswagen T-Cross Foto: Celso Tavares. Arte: Betta Jaworski/G1 Confira abaixo o resultado: 3º lugar – Jeep Compass Jeep Compass Limited Divulgação O maior dos veículos deste comparativo amargando a última colocação? A explicação é simples. Em resumo, o Compass não é tão maior do que seus rivais, mas carrega um ônus de ser bem mais pesado. Apesar de ter carroceria consideravelmente maior, com 4,42 metros de comprimento, o Jeep não "sobra" em espaço interno. Seus 2,64 m de distância entre-eixos são só 3 cm mais fartos do que os 2,61 m do HR-V. O T-Cross, que tem a menor carroceria, surpreende, com seus 2,65 m de entre-eixos, ou 1 centímetro a mais do que o Compass. A grande vantagem do Jeep está na altura. Com 1,65 m, a carroceria oferece espaço suficiente para que os ocupantes fiquem com a cabeça longe do teto. O porta-malas também é o maior dos três. Mas a vantagem é pequena: 410 litros, contra 393 do HR-V e 373 do T-Cross. Outro fator decisivo (para a derrota do Compass) é o desempenho. A carroceria maior significa mais peso. São 1.556 kg, 264 kg a mais do que o T-Cross e 176 kg extras em relação ao HR-V. Motor 2.0 do Compass passa longe de ser econômico Divulgação Além de tudo, o Jeep ainda sofre com um motor que passa longe de estar entre os mais modernos. O 2.0 aspirado de 166 cv é o de menor torque deste comparativo – 20,5 kgfm – 5 kgfm a menos do que no Volkswagen, por exemplo. Isso faz do Compass uma tartaruga diante dos rivais. Em uma hipotética arrancada de 0 a 100 km/h, ele chegaria 2 segundos depois do T-Cross. A Honda não divulga números de desempenho de seus carros. Mas ele certamente fica próximo ao do Volkswagen. Jeep Compass tem ar-condicionado de duas zonas, estacionamento autônomo e alerta de ponto cego Divulgação O Compass até esboça uma reação ao considerar os itens de série. Na configuração Limited, só ele traz ar-condicionado digital com duas zonas, quadro de instrumentos parcialmente digital, rodas de 19 polegadas (contra 17 do HR-V) e central multimídia com tela maior. Por outro lado, ele também é o mais caro dos três veículos, partindo de R$ 146.990. No entanto, há itens opcionais, divididos em pacotes. Um deles, de R$ 7,7 mil, adiciona controle de cruzeiro adaptativo, assistência de permanência na faixa, banco do motorista com ajustes elétricos, som da grife Beats e abertura elétrica da tampa do porta-malas – todos itens exclusivos do Compass. Se o cliente ainda quiser teto solar elétrico, a conta aumenta mais R$ 7,7 mil – chegando a R$ 163 mil – valor que já ultrapassa o aceitável neste comparativo, e ajuda a explicar a última colocação do Jeep. 2º lugar – Honda HR-V Honda HR-V Touring 2020 Divulgação Em maio de 2017, o G1 comparou o HR-V Touring com a versão de entrada do Compass. Na época, os dois modelos tinham preços equivalentes, na casa dos R$ 105 mil. Muita coisa mudou de lá pra cá – principalmente para o modelo japonês. O Honda recebeu uma atualização visual, o motor 1.5 turbo e vários equipamentos. Ao passo que o preço ficou consideravelmente mais salgado. Tanto que os R$ 140 mil pedidos pela fabricante fazem a comparação ser com o Compass Limited. Ainda assim, o Honda acabou superando o Jeep. Principalmente por conta de seu eficiente motor 1.5 turbo. Ele deu ao HR-V o fôlego de que o 1.8 aspirado carecia. O propulsor, que bebe apenas gasolina, foi herdado do Civic. Ele entrega ótimos 173 cv, colocando o HR-V no ranking dos SUVs compactos mais potentes e ágeis do país. O prazer ao dirigir o HR-V também aumentou porque a Honda promoveu pequenos ajustes na suspensão, trazendo novas molas e amortecedores. A barra estabilizadora dianteira teve o diâmetro aumentado. O resultado é um carro mais "durinho" e estável. Já o câmbio CVT, apesar de também ter recebido melhorias, ainda fica devendo um desempenho melhor. Teto solar, câmera no retrovisor e motor turbo são novidades do Honda HR-V Touring Divulgação Além do motor turbo, o HR-V Touring estreia alguns equipamentos inéditos para o modelo. É o caso do teto solar panorâmico e do acesso e partida sem a necessidade de chave. Esta versão ainda possui faróis full-LED, sensores de luz e chuva, retrovisor eletrocrômico e câmera no retrovisor. É evidente que o motor turbo e os itens adicionais da versão Touring tenham um custo. No entanto, a Honda está cobrando o preço de um SUV médio por um modelo compacto que não tem mais equipamentos do que seus grandes rivais. O T-Cross é prova disso. Outro modelo – o Citroën C4 Cactus – traz pacote equivalente e motor turbo com os mesmos 173 cv. Só que custa R$ 40 mil a menos. E o HR-V também não justifica seu preço com mais equipamentos. O quadro de instrumentos é tão simples quanto o de um carro que custa R$ 50 mil. E os rivais já começam a oferecer itens mais sofisticados, como frenagem automática de emergência e estacionamento autônomo. Quadro de instrumentos do Honda HR-V é simplório Divulgação Quando confrontado com modelos maiores, por conta do preço, o HR-V Touring pode até superar (por pouco) um SUV médio como o Compass. Mas, se o tamanho importar, outros modelos parecem mais vantajosos. É o caso de Volkswagen Tiguan Allspace 250 TSI (R$ 129.990), Kia Sportage H.264 (R$ 146.990), Chevrolet Equinox (R$ 149.890) e Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S (R$ 149.990). 1º lugar – Volkswagen T-Cross Volkswagen T-Cross Fabio Tito/G1 O T-Cross não é perfeito. Seu acabamento é pobre para um veículo deste preço, enquanto o porta-malas é o menor da turma. Mesmo assim, as virtudes superam esses percalços. A partir do momento que sai da concessionária, o Volkswagen é o mais barato para se manter, considerando seguro e as revisões. Segundo levantamento da Minuto Seguros, sua apólice sai por R$ 4.118, 42% mais baixa do que para o HR-V Touring, que custa R$ 5.846. O Compass fica no meio do caminho, com seguro custando R$ 4.344. Acabamento é ponto fraco do Volkswagen T-Cross Fabio Tito/G1 Como possui as 3 primeiras revisões inclusas, a manutenção acaba sendo mais em conta. Até os 50 mil km, o dono irá desembolsar R$ 1.510, menos do que os R$ 2.290 cobrados pela Honda e que os R$ 4.463 exigidos pela Jeep. Vale lembrar que o Compass tem revisões a cada 12 mil km. Ou seja, as cinco primeiras garantem manutenção em dia até os 60 mil km. Para chegar aos 50 mil km, o usuário terá que fazer apenas 4 visitas à concessionária, resultando num gasto de R$ 2.907 – ainda assim o mais alto do trio. Além dos custos de pós-venda mais em conta, o T-Cross também tem o preço de compra mais baixo do comparativo. A versão Highline é vendida por R$ 109.990. Mas este valor não inclui os equipamentos mais atrativos – eles são vendidos à parte em pacotes. Mesmo com todos os opcionais, seu preço não passa de R$ 124.840. Com essa quantia, o T-Cross oferece teto solar panorâmico e faróis full-LED disponíveis no HR-V e o sistema de estacionamento autônomo disponível no Compass. E vai além, com um quadro de instrumentos totalmente digital e 4 modos diferentes de condução. Destaques do Volkswagen T-Cross Fabio Tito/G1 Ao volante, o SUV alemão também mostra ser o mais equilibrado dos três modelos, superando o HR-V turbo. O Volkswagen compensa os 23 cv a menos com um torque melhor – 25,5 kgfm contra 22,4 kgfm do Honda. Além disso, ele pesa quase 100 kg a menos. É como se o HR-V estivesse rodando todo o tempo com uma pessoa a mais e algumas malas no compartimento de bagagens. A sensação de que o T-Cross é superior ainda é reforçada por um câmbio mais esperto e um acerto de direção e suspensão mais refinados – os dois modelos são "durinhos", mas o HR-V está um degrau abaixo, por não oferecer uma transferência tão genuína para o motorista do que acontece no solo. No critério consumo de combustível, os dois se equivalem. O HR-V vai um pouco melhor na cidade, enquanto o T-Cross bebe um tanto menos na estrada. E os dois são muito superiores ao Compass, com seu 2.0 aspirado. E vale lembrar que o 1.5 turbo da Honda só pode ser abastecido com gasolina. Notas do comparativo dos SUVs Arte: Betta Jaworski/G1 No fim, o equilíbrio é a chave da vitória do T-Cross. O triunfo é justificado pelo preço de compra mais baixo, custos de seguro e manutenção mais amigáveis, baixo consumo de combustível, bom espaço interno e oferta generosa de equipamentos. Se o HR-V custasse uns R$ 20 mil a menos, e tivesse seguro mais em conta, a situação talvez pudesse ser outra. Mas a Honda acabou colocando os valores do HR-V em um patamar acima do que deveria. Comparativo de SUVs: Honda HR-V, Volkswagen T-Cross e Jeep Compass Celso Tavares/G1

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