'Não estamos usando a marca em si', diz dono de fábrica que falsificava carros de luxo em SC


Polícia apura se veículos eram feitos com base em projetos da Ferrari e Lamborghini. Pai e filho faziam automóveis em Itajaí. Entenda como funcionava esquema de falsificação de carros de luxo descoberto em SC Os donos da fábrica em Itajaí investigada pela Polícia Civil como local de falsificação de carros das marcas Ferrari e Lamborghini foram ouvidos no inquérito e conversaram nesta terça-feira (16) com a equipe da NSC TV. "A gente não está usando a marca em si, a gente utiliza emblema, essas coisas, como acessório", afirmou Alan Góes, um dos proprietários. Ele e o pai são suspeitos de crime contra a propriedade industrial. Na segunda-feira (15), foram apreendidas oito réplicas que estavam sendo montadas, segundo a polícia. Na operação, os policiais encontraram chassis, moldes, ferramentas e fibras usadas na fabricação. A produção clandestina era feita no bairro Itaipava. Fabricação de réplicas de carros de luxo em Itajaí Polícia Civil/Divulgação A venda era feita via redes sociais. O cliente escolhia uma cor e um dos oito modelos. Porém, um bom conhecedor perceberia que o ronco do motor não era de um carro de luxo. Com a carcaça de um carro usado, os donos criavam modelos que no desenho se parecem muito com os originais. A diferença era o preço, cerca de 8% do valor original. Pai e filho respondem em liberdade pelo crime. "A parte do desenho industrial, eles estão alegando que o tamanho e o desenho do carro são a mesma coisa, mas não são", disse Alan Góes. "Se pegar o projeto do desenho industrial de um carro, de uma Lamborghini, de uma Ferrari, e colocar o produto que a gente estava comercializando vão ver que não é a mesma medida", completou. Fabricação de réplicas de carros de luxo em Itajaí Polícia Civil/Divulgação Os veículos vinham com documento. "O carro é todo documentado e legalizado. Se eu consigo legalizar um carro, ele não tem nada de ilegal porque ele tem um documento e tem fé pública, um documento que é emitido por um órgão de trânsito, o Denatran [Departamento Nacional do Trânsito]", afirmou Nilton Góes. Investigação Contudo, o delegado Angelo Fragelli explicou que o carro era registrado como protótipo, o que não dava o direito de reproduzir o padrão de nenhuma marca. Os proprietários vinham copiando os modelos famosos há dois anos. Mas já tinham conhecimento no negócio: há mais de 20 anos tinham licença para customizar carros. Fabricação de réplicas de carros de luxo em Itajaí Polícia Civil/Divulgação "Não se trata de crime aqui a construção artesanal de um veículo. O crime que está sendo apurado é a construção de um veículo com características patenteadas por outras marcas", esclareceu o delegado. Advogados das marcas de luxo denunciaram a falsificação. A fábrica não foi fechada, mas os carros ilegais foram apreendidos. Se forem condenados, a pena para esse tipo de crime pode chegar a três anos de prisão. Veja mais notícias do estado no G1 SC

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