Hyundai HB20 1.0 turbo: primeiras impressões


Na linha 2020, segundo carro mais vendido no Brasil passa pela mudança mais profunda desde seu lançamento. G1 avalia versão de R$ 78 mil com frenagem automática. Hyundai HB20 2020: G1 avalia lançamento Quem se arrisca menos, corre menos riscos, mas acaba sujeito a ficar esquecido pela história. A Hyundai decidiu ousar — e muito — ao promover a primeira grande atualização da família HB20. Lançada em 2012, ela caiu no gosto do brasileiro e a versão hatch se tornou o segundo carro mais vendido do país. Em 2015, o HB20 ganhou um leve tapa no visual. Agora, a fabricante sul-coreana carregou a mão e o resultado, visto primeiro em fotos de estúdio divulgadas pela própria marca, provocou mais caretas do que sorrisos (veja enquete). De R$ 46.490 a R$ 77.990: TODOS OS PREÇOS DO HB20 A boa notícia é que, ao vivo, o novo visual é menos chocante. A má é o preço chegar perto de R$ 80 mil. Outras (boas) novidades estão na lista de equipamentos (só que principalmente na configuração mais cara) e na adoção do motor 1.0 turbo (também restrito às versões top). A marca só disponibilizou a versão topo de linha, Diamond Plus, para testes até agora. 5 coisas que só quem já andou no hatch sabe: uma falha antiga foi resolvida: o HB20 não transmite mais a sensação de “pular” ao passar em pisos irregulares; o conjunto motor 1.0 turbo e o transmissão de 6 marchas é entrosado; as respostas são ligeiras, e a transmissão não hesita em fazer reduções, quando necessário; o interior — pelo menos dessa versão mais cara — foi totalmente remodelado e passa a impressão de estar em uma carro mais sofisticado; a direção elétrica, foi finalmente adotada — antes, só o HB20X tinha essa opção — e é de série. Ela deixa a condução mais prazerosa, ainda que as respostas sejam um tanto anestesiadas. Veja alguns dos principais concorrentes do novo HB20 G1 Afinal, vai desbancar o Onix? Um novo "round" vai começar para os dois carros: dias antes de a Hyundai lançar a linha 2020, a GM apresentou a segunda geração do Chevrolet Onix. Mas o hatch só chega às lojas em novembro — não foi disponibilizado nem para testes ainda. A diferença de preço é razoável: o Onix mais caro anunciado até agora (Premier) custa de R$ 70 mil a R$ 73 mil versus os quase R$ 78 mil do HB20 topo de linha. Visual do novo HB20 despertou polêmica Divulgação Outra pergunta também fala alto: com novos rivais em campo e o Onix evoluído, o hatch sul-coreano vai se manter com tranquilidade no pódio? O fato é que o HB20 não ganhou necessariamente uma nova geração: ainda usa a plataforma de 2012, que passou por algumas evoluções. Mesmo assim, são muitas as novidades. Abaixo, veja mais sobre a nova cara do HB20 e os detalhes das primeiras impressões ao dirigir. Para-choque de Fiesta?! O G1 conheceu o novo HB20 no evento de lançamento na Ilha de Comandatuba, na Bahia, na última terça-feira (17). Visto sob alguns ângulos, o design da linha 2020 parece ter linhas exageradas, principalmente na dianteira, apontada para baixo, com uma grade bastante larga e faróis espichados. Hyundai HB20 linha 2020: semelhança na traseira com o Fiesta Divulgação Como muitos leitores comentaram, o para-choque lembra bastante o do Ford Fiesta, recém saído de linha. No caso das versões hatch e aventureira (HB20X), a traseira tem a tampa do porta-malas repleta de vincos e as lanternas em forma de bumerangue – talvez maiores do que deveriam. O sedã é o dono do visual mais equilibrado dos três. Com alguma pretensão de ser cupê, tem queda do teto mais suave, com lanternas elegantes. Para disfarçar o tamanho da tampa do porta-malas, a Hyundai usou um aplique plástico na parte final, rente ao vidro. O que você achou do visual do novo HB20? Initial plugin text Tudo novo por dentro Design destrinchado, é preciso observar que o HB20 recebeu diversas outras mudanças além do visual. E, ao contrário do controverso desenho, elas devem agradar a grande parte do público. A cabine foi completamente remodelada — pelo menos na versão mais cara, a única disponível no evento de lançamento. O interior dá a impressão de estar em um carro de valor maior. Interior do HB20 2020 Diamond Plus Divulgação É curioso notar que a Hyundai lançou mão de um quadro de instrumentos parcialmente digital, mas não configurável ou com tela colorida. A solução era adotada pelo Onix, mas acabou abandonada na nova geração do modelo. Quadro de instrumentos do novo HB20 lembra o do Onix da primeira geração Divulgação Turbinando O HB20 segue sendo oferecido com 3 motorizações: 1.0 e 1.6 aspirado e 1.0 turbo. Este último é o destaque. A Hyundai usou como base o antigo 1.0 turbo da família Kappa, de 105 cavalos. Ele ganhou injeção direta e outras melhorias, e agora entrega 120 cavalos e 17,5 kgfm de torque. É com ele que a fabricante sul-coreana espera concorrer no patamar mais alto do segmento. Motor turbo é a novidade nas versões mais caras do HB20 Divulgação Os motores sem turbo também têm novidades. O já conhecido 1.6 de 4 cilindros agora conta com sistema de partida a frio que elimina o ultrapassado tanquinho. A potência também foi aumentada, e ele alcança bons 130 cv. É mais do que no 1.0 turbo, mas o torque é menor – de 16,5 kgfm. As opções de entrada seguem com o 1.0 de 3 cilindros de 80 cv e 10,2 kgfm. Ele também passa a ter partida a frio, mas seus números de potência e torque não mudaram. Com exceção do motor de entrada, as duas outras opções (1.6 aspirado e 1.0 turbo) soam conflitantes, já que entregam números bem parecidos. Isso não parece ser um problema para a marca. “Vemos que o mercado está aceitando cada vez mais o turbo. Mas ainda há os clientes que pensam que um motor maior é melhor. Então, achamos que nos desfazer do 1.6 agora não seria no momento correto”, afirmou Rodolfo Stopa, gerente geral de produto da Hyundai Motor Brasil. Fim do pula-pula A Hyundai não detalhou, mas disse que fez mudanças na suspensão. Durante o test-drive de aproximadamente 50 km, a maior parte deles por rodovias de pista simples e asfalto ruim, foi possível perceber que uma antiga falha do modelo foi resolvida. O HB20 não transmite mais a sensação de “pular” ao passar em pisos irregulares. Ao mesmo tempo, a adoção da direção elétrica (antes, apenas o HB20X tinha essa opção) tornou a condução mais prazerosa, ainda que as respostas sejam um tanto anestesiadas. O conjunto formado pelo motor 1.0 turbo e o câmbio de 6 marchas se mostra entrosado. As respostas são ligeiras, e a transmissão não hesita em fazer reduções, quando necessário. E a ampla faixa de torque máximo, de 1.500 a 3.500 rpm se mostra adequada para retomadas, principalmente acima de 80 km/h. Será necessário conhecer melhor o veículo para falar sobre trepidações do 3 cilindros. No rápido contato ele se mostrou um pouco mais vibrante do que alguns rivais, como o Ford Ka, por exemplo. Ao menos o isolamento acústico deixou uma boa impressão, filtrando bem o som vindo do compartimento dianteiro. Freia sozinho, mas cobra caro A versão topo de linha, chamada Diamond Plus, entrega tudo o que é possível ter em um HB20. Mas cobra alto por isso: R$ 77.990. A lista inclui controle de velocidade de cruzeiro, bancos e volante em couro, câmera de ré, central multimídia de 8 polegadas, acendimento automático dos faróis, 4 airbags, controles de tração e estabilidade, acesso e partida por chave presencial e ar-condicionado com mostradores digitais (diferente de outros modelos, que usam regulagem automática de temperatura). Central multimídia de 8 polegadas do novo HB20, que também oferece câmera de ré nas versões mais caras Divulgação Além disso, há itens inéditos no segmento, como o alerta de mudança de faixa (sem correção de trajetória) e frenagem automática de emergência, que funciona entre 5 e 50 km/h, e pode evitar colisões com outros veículos e pedestres – mas não motocicletas e ciclistas. Por R$ 72.990, o Onix Premier responde com wi-fi a bordo, carregador wireless, 6 airbags e estacionamento automático, por exemplo. Abaixo do HB20 Diamond, há diversas opções, com preços que começam em R$ 46.490 (veja todos). Faltou fermento O preço máximo de quase R$ 78 mil do hatch provoca uma reflexão sobre o custo de carros "populares". É importante ressaltar que o Hyundai não ganhou uma geração totalmente renovada. Ele manteve a plataforma, que passou por algumas evoluções. O modelo está mais leve e mais rígido, fruto do uso de aços melhores. Ao mesmo tempo, cresceu —mas menos do que "deveria". São 3,94 m de comprimento, 2,53 m de distância entre-eixos e 1,72 m de largura. Comparando com a versão anterior, ele ganhou 2 cm, 3 cm e 4 cm, respectivamente. “O tamanho que tem agora é suficiente. Gostaríamos de ter mais, mas agora ele atende bem ao público do modelo”, completou Stopa. HB20 ficou maior, mas novos rivais, como o Polo e Argo, são ainda maiores Divulgação Mas o HB20 acaba ficando distante de outros rivais que flertam com uma pegada mais premium. E ter valores próximos de R$ 80 mil é um tanto quanto perigoso para um veículo que não cresceu o suficiente, apesar dos avanços em equipamentos e dinâmica de condução. Próximo dessa faixa de preço, encontram-se hatches maiores como Volkswagen Polo (4,05 m), Fiat Argo (4 m) e Toyota Yaris (4,15 m) e até o novo Onix, que não teve as medidas reveladas, mas também passou por um salto evolutivo. Conclusão Falando em Onix, o HB20 travará uma duríssima batalha com o Chevrolet completamente renovado. Ele também traz motor turbo, diversos equipamentos únicos na categoria e um preço um pouco mais competitivo (veja quanto custa cada versão do Onix). Dito isso, o HB20 deixa de parecer uma opção óbvia no mercado, ainda que apresente boas credenciais. O problema é que agora existem mais atrações para quem estiver disposto a investir nos hatches já não tão populares assim. Hyundai HB20 passou pelas mudanças mais profundas desde o lançamento Divulgação

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