Indenizações por morte no trânsito pelo DPVAT caem 28% em 10 anos


Redução não quer dizer que menos pessoas morreram no trânsito do país. Acre registrou queda de 95% no número de reembolsos, enquanto Maranhão teve alta de 46%. Número de indenizações em acidentes com mortos caiu no Brasil PRF/Divulgação Na Semana Nacional do Trânsito, a Seguradora Líder, responsável pelo DPVAT, divulgou um balanço com dados de mortalidade no trânsito brasileiro nos últimos 10 anos. De acordo com os dados, o número de indenizações pagas por mortes caiu 27,8% entre 2009 e 2018, passando de 53 mil para 38,2 mil. Mesmo que tenha registrado redução no número de reembolsos, isso não quer dizer necessariamente que o número de mortes no trânsito tenha caído, já que o DPVAT considera apenas casos em que houve abertura de processo para pagamento de indenização após o acidente. Trânsito mortal Acidente em rodovia federal em Monte Carmelo PRF/Divulgação No geral, o trânsito brasileiro é muito mortal. No acumulado destes últimos 10 anos, foram pagas 485,1 mil indenizações por morte no trânsito. A própria Seguradora Líder comparou esse índice com o número de vítimas da Guerra na Síria, que matou mais de 360 mil pessoas desde 2011. Um levantamento Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgado nesta quinta-feira (19) mostra que houve 68,2 mil acidentes em rodovias federais no país em 2018. Destes, 5,2 mil resultaram em mortes. O número revela uma média de 14 vidas perdidas a cada dia nas estradas do país Acidentes em rodovias federais matam, em média, 14 pessoas por dia, diz CNT Análise por estados Aprofundando os dados do DPVAT para os estados, 10 deles registraram aumento no número de indenizações pagas, enquanto 16 tiveram queda – apenas Rondônia manteve o índice. O estado que mais reduziu o número de indenizações foi o Acre, com uma impressionante queda de 95%, passando de 1.931 reembolsos em 2009 para 101 no ano passado. Maranhão é o estado com maior crescimento nas indenizações pagas por mortes Reprodução/Polícia Rodoviária Federal do Maranhão (PRF-MA) Na outra ponta, no Maranhão, houve 46% mais indenizações pagas em 2018, na comparação com 2009 – o número saltou de 1.135 para 1.653. Em números absolutos, o estado com o maior número de pagamentos foi São Paulo, com 5.462 reembolsos. Ainda assim, o número é 51% menor do que 10 anos atrás, quando foram pagas 11.040 indenizações. Vale lembrar que o estado é dono da maior frota de veículos do país, bem como é a unidade da federação mais populosa. Além de São Paulo e Acre, o Rio Grande do Sul também reduziu o número de indenizações em mais de 50%, passando de 3.713 em 2009 para 1.774 em 2018, valor 52% menor. Considerando o número de indenizações pagas pelo número de habitantes dos estados, o pior índice é o de Tocantins, com 38 indenizações para cada 100 mil habitantes. Em seguida, aparecem Piauí (34), Mato Grosso (33), Rondônia (29) e Roraima (25). Na ponta oposta, figuram Amazonas (10), Distrito Federal (11), Acre, São Paulo e Amapá (12). Comparando com os mesmos índices de 2009, é curioso observar que o Acre era o estado com mais indenizações pagas pelo total de habitantes, com 97 reembolsos para cada 100 mil habitantes. De 10 anos para cá, o perfil das vítimas também mudou. Se, em 2019, as indenizações eram praticamente iguais entre motoristas (39%) e pedestres (40%), agora, há uma clara divisão. Em 2018, 55% das indenizações foram pagas pela morte de motoristas, contra 28% de pedestres e 17% de passageiros. Homens morrem mais O DPVAT também filtrou o número de indenizações por sexo, idade, horário dos acidentes e tipo de veículo. Os homens são os que mais morrem no trânsito brasileiro, com 82% das indenizações pagas pelo DPVAT. Quando o enfoque são os motoristas, a porcentagem sobe para 94% das vítimas. Enquanto isso, o horário mais comum dos acidentes que deixam mortos é o anoitecer, entre 17h e 19h59, com 22%. A quantia é um pouco mais alta do que durante a noite, entre 20h e 23h59. Essa faixa representa 20% das indenizações pagas. Por outro lado, o amanhecer, entre 6h e 8h59, é o horário com menor incidência de acidentes fatais, com apenas 10% dos reembolsos. Cai o número de mortes e acidentes nas rodovias federais, mas o total ainda é alarmante

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