Volkswagen mostra conceito de caminhão leve elétrico e anuncia plano para vendas no Brasil


Além de novos modelos, que serão produzidos no país, projeto inclui instalação e operação de pontos de recarga e plano para o descarte das baterias. Volkswagen e-Delivery André Paixão/G1 A Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou nesta quarta-feira (2) em Södertälje, cidade localizada a cerca de 30 km de Estocolmo, capital da Suécia, o plano para comercializar caminhões elétricos no Brasil a partir do ano que vem. O projeto inclui não apenas novos produtos, mas também o desenvolvimento local de componentes, instalação e operação de pontos de recarga em todo o Brasil e medidas para descarte das baterias após o fim de sua vida útil. Chamado de e-Consórcio, o plano é baseado na parceria com diversas empresas. O conceito já é adotado na produção de caminhões e ônibus na fábrica de Resende (RJ), com fornecedores atuando diretamente na produção dos veículos. Para os elétricos, a novidade é que os parceiros da Volkswagen atuarão também no pós-venda. Volkswagen e-Delivery André Paixão/G1 Entre as parceiras da Volkswagen estão a Siemens, no fornecimento de carregadores elétricos, e a Moura, que vai auxiliar no manejo das baterias. Já a alemã Bosch e brasileira WEG serão responsáveis pelo conjunto elétrico. O e-Consórcio faz parte de um investimento de R$ 1,5 bilhão que a empresa está fazendo no Brasil. "Com base nesse tipo de construção, que começamos mais de 20 anos atrás, vamos dar um novo passo", afirma Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus. Lançamentos Outra novidade é o lançamento de um caminhão elétrico com capacidade para transportar até 4 toneladas. É uma versão menor do e-Delivery, apresentado há dois anos, e que roda em um projeto piloto pelas ruas do Brasil. G1 testou o caminhão elétrico -Delivery; veja impressões O novo modelo terá motor elétrico de 116 cavalos e 28,6 kgfm. A autonomia é de 200 km. Uma diferença em relação ao caminhão maior é que a tração é dianteira. Ele também será equipado com um carregador integrado, que permite abastecer as baterias mesmo onde não há uma estrutura pronta. Volkswagen e-Delivery André Paixão/G1 Além dele, há também um ônibus urbano, chamado e-Flex. Ele tem motor elétrico de 300 cv e 225 kgfm de torque. Um conjunto de baterias instalado no teto também pode ser abastecido por um motor 1.4 turbo fornecido pela divisão de automóveis da Volkswagen. Ele tem 150 cv, e pode ser flex ou movido a gás natural. Os dois modelos devem chegar ao mercado brasileiros nos próximos anos, com possibilidade de exportação para outros países. Adquirindo experiência O menor dos e-Delivery foi desenvolvido com base na experiência adquirida com a versão maior. Até agora, a unidade que roda entregando bebidas para a cervejaria AmBev já percorreu mais de 15 mil km. De acordo com a Volkswagen, ele deixou de emitir 11 toneladas de dióxido de carbono (CO2), além de ter economizado 3,3 mil litros de diesel. A Volkswagen também diz que 43% da energia usada pelo caminhão foi proveniente da recuperação vinda das frenagens. O valor é quase o dobro do que a empresa esperava. Volkswagen e-Delivery André Paixão/G1 Os primeiros e-Delivery começam a ser vendidos para o público no ano que vem, em versões de 11 e 13 toneladas. Por isso, a fábrica de Resende já está sendo preparada. "Usamos boa parte da linha de produção que já existe. Só fizemos uma nova etapa para inserir os componentes elétricos, que precisam de outros cuidados com a segurança", diz Cortes. Para Christian Levin, chefe de operações da Traton, grupo formado pela Volkswagen Caminhões e Ônibus, além de Scania e Man, "a eficiência do uso da energia é a chave para o sucesso (dos caminhões e ônibus elétricos)." "As baterias continuarão caras e pesadas, por isso é essencial otimizar a relação entre baterias e consumo de energia", completou Levin. A fabricante não falou sobre preços, mas disse que a economia com o consumo varia entre 50% a 70% em relação a um caminhão similar a diesel. Além disso, a manutenção é 50% mais barata. Com isso, eles estimam que, no caso de um caminhão urbano, como o utilizado pela cervejaria no Brasil, o custo extra do veículo seja amortizado em cerca de 5 anos. Hoje, caminhões urbanos ficam de 3 a 5 anos nas frotas das empresas. Produção modular O "truque" da Volkswagen para criar uma linha de caminhões elétricos é a modularidade. São 3 módulos, que podem variar de acordo com a necessidade dos clientes: frontal (cabine), central (baterias) e traseiro (trem de força). Eles podem ser combinados, resultando em maior capacidade de carga, potência ou autonomia, por exemplo. Até por isso, o desenvolvimento do e-Delivery de 4 toneladas se deu em apenas 4 meses. "A modularização vai transformar o modo de trabalharmos", disse Christian Levin.

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