Mercedes-Benz Classe A Sedan: primeiras impressões
Modelo de entrada da marca alemã traz o novo motor 1.3 turbo, que confere ótimo desempenho ao sedã. Assistente virtual, grande novidade, 'derrapa' ao não entender comandos simples. Mercedes-Benz Classe A Sedan André Paixão/G1 Criado por uma marca alemã, mas pensado para a China. Chega ao Brasil importado do México, usando motor de origem francesa, mas parece que só compreende o português falado em Portugal. Esse “cidadão do mundo”, é, na verdade, o Classe A Sedan, o Mercedes-Benz mais barato do Brasil. Partindo de R$ 139.900, ele está à venda desde julho, em duas versões: A 200 Style (a de entrada) e A 200 Advance. O G1 avaliou esta última, mais completa e cara, que custa R$ 176.900. Novo GLA aparece no Brasil um mês após lançamento mundial Tabela de concorrentes do Mercedes-Benz Classe A Sedan Divulgação É de entrada mesmo? Mesmo carregando o rótulo de Mercedes mais barato, o Classe A passa longe de ser simplório. Seu acabamento é de ótima qualidade, com quase todas as superfícies emborrachadas. O visual da cabine também é uma evolução, na comparação com o Classe C, por exemplo. A Mercedes manteve a identidade, por meio das saídas de ar redondas, mas se modernizou, eliminando parte dos botões do console central. Mercedes-Benz Classe A Sedan André Paixão/G1 Seria melhor se não houvesse a redundância de teclas específicas para funções que também podem ser acessadas diretamente na central multimídia. A lista de equipamentos da versão Advance também é caprichada, e tem como destaques os 7 airbags, quadro de instrumentos digital de 10,25 polegadas, central multimídia do mesmo tamanho, teto solar panorâmico, ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, bancos de couro e com ajustes elétricos para o motorista. Mercedes-Benz Classe A Sedan André Paixão/G1 Conversa truncada No entanto, a principal estrela entre as tecnologias é o MBUX, o assistente virtual da Mercedes. O Classe A Sedan é o segundo modelo a ganhar a tecnologia aqui no Brasil – o primeiro foi o Classe A hatch. Basta chamar: “olá, Mercedes”, que o carro começa a prestar atenção no que os ocupantes estão falando. Usando apenas comandos de voz, é possível pedir a abertura da persiana do teto solar, sintonizar uma estação específica no rádio ou definir uma temperatura para o ar-condicionado. Só que a tecnologia da Mercedes não é conectada à internet, como o assistente da concorrente BMW. Além de ser off-line, o MBUX também mostrou algumas problemas para entender comandos mais simples. Ao pedir para o carro “abrir o teto solar”, a inteligência artificial respondeu, por vezes: “eu não conheço seu neto”. Para ser atendido, o proprietário deve pedir de uma forma específica: “abrir a persiana do teto solar”. Em quase todos os casos, é mais fácil realizar a ação, apertando botões, ou recorrendo à central multimídia. Assim, é possível evitar aborrecimentos. Ainda é um carro Mercedes-Benz Classe A Sedan André Paixão/G1 Se o papo não vai adiante, o melhor a fazer é acelerar o modelo, afinal o Classe A ainda é um carro. E, um dos trunfos da Mercedes, é o novo motor 1.3 turbo desenvolvido pela Renault na parceria entre as duas fabricantes. Ele chega para substituir um outro 4 cilindros turbo, mas de maior deslocamento, 1,6 litro. Apesar de menor, ele é mais potente. São 163 cavalos, contra 156 cv do motor antigo. O torque, de 25,4 kgfm é apenas 0,1 kgfm mais baixo. Uma das vantagens desse novo motor é a possibilidade de desativação de 2 cilindros, quando ele trabalha em baixas e médias rotações – isso acaba sendo imperceptível para o motorista. Por outro lado, é bastante perceptível a competência e elasticidade do pequeno motor. O Classe A Sedan apresenta ótimo desempenho, demonstrando força em todas as faixas de rotação. O bom aproveitamento do motor também tem relação com o câmbio de dupla embreagem de 7 marchas. A conversa entre os dois é muito mais entrosada do que aquela do assistente pessoal com o motorista. Essa, talvez, seja a maior evolução em relação ao antigo 1.6 que ainda equipa o “irmão maior”, Classe C. Falando nele, o Classe A Sedan se mostra também um carro mais gostoso de dirigir. Uma explicação pode ser o porte mais compacto – são 4,55 metros, contra 4,69 m do modelo maior. Só que o A Sedan é mais simples – utiliza, por exemplo, eixo de torção na suspensão traseira, enquanto o C tem uma arquitetura mais moderna, do tipo multilink. Desenho equilibrado Mercedes-Benz Classe A Sedan André Paixão/G1 Ele segue a cartilha do irmão maior no desenho – estilo sedã clássico, com volumes bem definidos. É moderno, de bom gosto, sem ser extravagante – mais tradicional do que o CLA. O porta-malas de 430 litros não impressiona, mas parece ser suficiente. Com seus 2,73 m de entre-eixos, o espaço para as pernas é bom para todos os ocupantes. Só que os mais altos correm o risco de raspar a cabeça no teto, já que a queda do teto ocorre bem nessa parte da carroceria. Outro desconforto é a ausência de saídas de ventilação dedicada aos passageiros que ali viajam. Entrada estranha Mercedes-Benz Classe A Sedan André Paixão/G1 Pelo menos o celular não vai ficar descarregado. Quer dizer, isso vale para os mais prevenidos. A Mercedes instalou um nicho, com duas entradas, mas no padrão USB-C – menos comum, usada em aparelhos Android mais novos. Aliás, todas as entradas do modelo são nesse padrão – a fabricante fornece o adaptador, mas apenas uma unidade, que deverá ser muito concorrida, caso o motorista saia acompanhado. Mercedes-Benz Classe A Sedan André Paixão/G1 Chegou para incomodar O Classe A não é o primeiro sedã compacto da Mercedes. Quem abriu as portas do segmento para a fabricante alemã foi o CLA, dono de um estilo mais vanguardista, conforme dito alguns parágrafos acima. Só que ele nunca conseguiu cumprir, efetivamente, seu papel, de rivalizar com o Audi A3 Sedan e incomodar sedãs médios de fabricantes “generalistas”, como Toyota Corolla e Honda Civic. E o Classe A chega exatamente para dar um novo fôlego para a Mercedes nessa briga. Ele é só um pouco mais caro do que as versões topo de linha dos sedãs japoneses, e bem mais moderno do que o A3 Sedan. Enquanto isso, sua configuração mais completa corre o risco de roubar clientes da versão de entrada do irmão maior, o Classe C 180 Avantgarde. É um bom "problema" para a Mercedes resolver. Mercedes-Benz Classe A Sedan André Paixão/G1
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