Audi Q3: primeiras impressões


Depois de nove anos, SUV compacto ganha nova geração. Modelo está maior, mais bonito e equipado, mas fica devendo um motor mais potente e itens de condução semi-autônoma. Audi Q3 Divulgação Nove anos separam o lançamento da primeira e da segunda geração do Audi Q3. Nesse intervalo, o SUV compacto da marca alemã passou por uma discreta atualização e começou a ser produzido no Brasil. Mas, no últimos anos, se tornou obsoleto, diante de uma concorrência renovada. Seus sinais de cansaço eram claros, principalmente no acanhado espaço interno e na cabine desatualizada. E eis que 2020 começa com uma nova geração para um dos modelos mais populares da Audi. O Q3 cresceu, ficou mais bonito e se modernizou - só que os preços acompanharam a escalada. Tabela de concorrentes do Audi Q3 André Paixão, Fábio Tito/G1 e Divulgação Melhor, só que mais caro O novo Q3 será oferecido em 3 versões: Prestige, Prestige Plus e Black. Elas vão custar, respectivamente, R$ 179.990, R$ 189.990 e R$ 209.990, respectivamente. A diferença entre elas é o pacote de itens de série. Todas as versões possuem, por exemplo, faróis de LED, seletor de modos de condução, bancos de couro, sensores de luz e chuva e 6 airbags. A versão mais completa, avaliada pelo G1, ainda traz ar-condicionado com regulagens individuais na dianteira, bancos com revestimento em Alcantara e ajustes elétricos na dianteira, quadro de instrumentos digital, abertura elétrica da tampa do porta-malas, acesso e partida por chave presencial, teto solar e sistema de estacionamento automático. Interior do Audi Q3 Divulgação Opcionalmente, o cliente pode adicionar iluminação interna configurável (R$ 3.500), acabamento em Alcantara (R$ 4.000) e controle de velocidade adaptativo (R$ 8.000). Só que o Q3 não oferece, nem como opcionais, itens de segurança e condução semiautônoma, como alerta e assistente de mudança de faixa, disponíveis, por exemplo, em um Jeep Compass de uma faixa de preços inferior. Coração já conhecido Motor 1.4 turbo já é velho conhecido, e estava na geração anterior do Audi Q3 André Paixão/G1 As três versões possuem o mesmo conjunto mecânico, composto pelo conhecido motor 1.4 turbo de 150 cavalos e 25,5 kgfm, que já era usado no Q3 de 1ª geração, assim como no A3 e em diversos outros veículos da Volkswagen. Ele é “casado” com uma transmissão automática de dupla embreagem e 6 marchas. Apesar de o motor ter sido mantido, a carroceria maior e as novas tecnologias trouxeram mais peso ao Q3. Agora, são 1.580 kg, praticamente 200 kg a mais do que a geração anterior com o mesmo conjunto mecânico. Entre todos os carros do grupo Volkswagen que usam esse motor no Brasil, o Q3 é o mais pesado - superando, por pouco, o Tiguan AllSpace. Audi Q3 Divulgação Sorte da Audi que a calibração ficou melhor do que no “primo”, também avaliado pelo G1. Não que o desempenho seja de tirar o fôlego, mas o 1.4 dá conta do recado de mover o Q3 com certa agilidade. A transmissão de dupla embreagem e 6 marchas é bem escalonada, e acerta o momento de praticamente todas as trocas de marchas, fazendo a condução prazerosa. Direção e suspensão ainda conseguem um bom compromisso entre conforto e esportividade. Mesmo no trecho de serras entre São Paulo e Campos do Jordão (SP), o Q3 se manteve firme nas curvas fechadas, enquanto ofereceu bom filtro aos buracos das ruas das duas cidades. A melhora na dirigibilidade do Q3 passa por uma sigla de 3 letras: MQB. A plataforma tão versátil do grupo Volkswagen faz sua estreia no SUV compacto da Audi. A primeira geração usava a já ultrapassada PQ35, agora aposentada. Banco traseiro do Audi Q3 acomoda bem apenas duas pessoas Divulgação Graças à ela, o SUV também pôde crescer em quase todas as medidas – com exceção da altura, reduzida em ínfimos 0,2 cm. A largura, por exemplo, cresceu 2,5 cm, chegando a 1,85 m. Houve aumento de expressivos 9,7 cm no comprimento. Agora, o Q3 mede 4,48 m. Já o entre-eixos ficou 7,7 cm maior, alcançando 2,68 m. Ainda assim, o Q3 só acomoda confortavelmente 4 pessoas. A posição central do banco traseira é quase figurativa, já que há um enorme túnel central. Por outro lado, o assento desta posição é mais curto do que os demais. Pelo menos as bagagens não terão problemas em serem acomodadas no porta-malas. O compartimento cresceu 70 litros, passando de 460 para 530 litros. Atualização mais do que necessária Antes de depois do Audi Q3 Divulgação O Q3 passa a usar a identidade visual mais recente da marca alemã. Isso inclui a grade octogonal, uma silhueta mais musculosa e faróis mais recortados. O mesmo vale para as lanternas. A traseira ainda mantém pontos de contato com a geração anterior, principalmente no recorte da tampa do porta-malas. Se o visual externo exigia modernização, a cabine era igualmente sedenta por melhorias. Antes e depois da cabine do Audi Q3 Divulgação O Q3 era, sem dúvidas, o Audi com o interior mais ultrapassado. Exemplos da idade eram notados nas saídas de ventilação e nos seletores de temperatura do ar-condicionado, enquanto a central multimídia parecia improvisada ali no topo do painel. Agora, tudo mudou. Com ares modernos, a cabine tem uma nova tela, sensível ao toque, quadro de instrumentos digital e menos botões. A ergonomia é muito boa, assim como os materiais utilizados. Audi Q3 Divulgação Sotaque húngaro O Q3 chega às lojas nesta sexta-feira (7), com uma grande alteração logística. A produção em São José dos Pinhais (PR) foi encerrada, e o SUV passa a vir da unidade de Gyor, na Hungria. A Audi poderia ter aproveitado a mudança para introduzir o novo motor 1.5 no Q3. Ele tem as mesmas especificações técnicas, mas é bem mais moderno e eficiente do que o 1.4. No entanto, preferiu continuar usando o propulsor que equipava a primeira geração. De acordo com o gerente de produto da Audi, Marcos Quaresma, apenas o mercado latino-americano ainda usa o motor 1.4. Ele também afirmou que, por enquanto, não há previsão de trazer o 1.5 turbo ao Brasil. Uma pena. De volta ao topo? Audi Q3 Divulgação Feito na Hungria ou no Brasil, certo é que o Q3 terá a missão de voltar aos bons números nas vendas. Ele chegou a ser o carro mais vendido da Audi no Brasil, mas fechou 2019 como o terceiro modelo da empresa, perdendo para A3 Sedan e Q5. Para isso, terá que encarar modelos mais potentes, como BMW X1 (2.0 de 192 cv), Volvo XC40 (2.0 190 cv) e Jaguar E-Pace (2.0 de 249 cv). Para isso, tem como trunfo custar menos - só o Volvo é mais em conta. Aliás, o sueco, com projeto moderno, bom espaço e oferta de tecnologias, deve ser o maior rival par o Q3. Além dele, a nova geração do Mercedes-Benz GLA, que já roda em testes no Brasil, e chega no segundo semestre, deve ser uma ameaça. A briga no segmento promete. Só que desta vez, o Q3 está em condições de brigar entre os melhores e mais modernos. Audi Q3 André Paixão/G1

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