Fiat Strada: primeiras impressões


Picape mais vendida do Brasil ganha nova geração depois de 22 anos e vira 'Torinho'. Mas chegada às lojas e divulgação dos preços foram adiadas pela pandemia de coronavírus. Fiat Strada muda depois de 2 décadas; G1 testou a nova picape 1998. O Brasil perde Tim Maia. E também a final da Copa do Mundo de futebol para a França. Surge o Google, um pequeno site de buscas. O filme Titanic, de James Cameron, é um sucesso, e leva o Oscar em 11 categorias. A Fiat lança a picape compacta Strada. 2020. Passam-se 5 Copas do Mundo – o Brasil vence uma e é sede de outra. O Google se indispensável na vida de milhões de pessoas, além de uma das empresas mais valiosas do mundo. Titanic já é considerado um clássico do cinema. E a Fiat Strada de primeira geração continua em linha, líder incontestável em seu segmento, e, finalmente, prestes a ser totalmente renovada. Atraso e indefinição Mas a chegada do novo modelo acabou atrasando. O lançamento estava previsto para o final deste mês. Porém, a pandemia do coronavírus fechou fábricas e lojas. Agora, a Fiat vai reavaliar o cenário, e definir uma nova data. Até por isso, ainda não há preços. O G1 avaliou o modelo em março, antes do adiamento e de toda a indústria toda parar. Veja as versões disponíveis: Endurance 1.4 - 88 cavalos (cabines simples ou dupla) Freedom 1.3 - 109 cv (cabines simples e dupla) Volcano 1.3 - 109 cv (cabine dupla) Nova geração da Fiat Strada Marcelo Brandt/G1 5 coisas que só quem já andou na picape sabe: o antigo motor 1.8 não faz falta; o novo 1.3 é menos potente, mas dá conta do recado acabou o aperto no banco de trás; espaço para os passageiros é bom versão topo de linha tem até faróis de LED; mas interior traz plásticos rígidos volume da caçamba aumentou para mais de 800 litros; antes, eram menos de 700 preços ainda são mistério, mas não será surpresa se atingirem os R$ 90 mil O que você achou do visual da nova Fiat Strada? Initial plugin text Tabela de concorrentes da Fiat Strada Fotos: Marcelo Brandt/G1 e divulgação Histórico pesa Toda a ansiedade da Fiat e dos fãs pela nova Strada pode ser explicada por 22 anos sem grandes mudanças. Nesse intervalo, a picape líder de vendas no Brasil ganhou aparência externa mais moderna, novos motores e versões, mas, há tempos, já demonstrava sinais de que estava ultrapassada. Mesmo assim, jamais teve seu reinado ameaçado. Aliás, de forma indireta, ela ajudou a “matar” parte da concorrência. Ford Courier e Peugeot Hoggar não viveram para ver, e são provas. Nova geração da Fiat Strada ao lado da primeira geração Marcelo Brandt/G1 Filhote de Toro Para evoluir, a Fiat olhou para dentro – e resolveu usar o que já tinha em casa para criar a segunda geração da Strada. Como não enxergar uma Toro em miniatura ao olhar para a nova picape? Nova geração da Fiat Strada Marcelo Brandt/G1 A Fiat jura que as lanternas são diferentes. Mas que o formato é idêntico, não há qualquer dúvida. A lateral, com caixas de rodas quadradas e coluna C larga, também “entrega” a fonte do desenho da Strada. Só que a origem de outras peças é bem menos “nobre”. Quem vê cara... não vê coração A Fiat diz que 25% dos componentes da Strada vieram de outros carros da fabricante. A semelhança em algumas peças é bastante perceptível. É o caso de volante, quadro de instrumentos e alavanca de câmbio – todos herdados da dupla Uno e Mobi. Cabine da Fiat Strada tem diversos elementos compartilhados com Uno e Mobi Marcelo Brandt/G1 Em outras, porém, a identificação é bem mais difícil. Quem conseguiria imaginar, à primeira vista, que as portas dianteiras e o para-brisa também vieram do Mobi? Antes que venham as críticas quanto ao tamanho das portas, e um possível prejuízo no acesso à cabine, é preciso esclarecer que o conjunto ficou bastante harmônico. Uma consequência positiva é que as portas dianteiras menores permitem que as traseiras tenham tamanho aceitável e abertura convencional, melhorando o acesso à segunda fileira, e resolvendo o maior problema da antiga Strada cabine dupla: o aperto. Nova geração da Fiat Strada tem mais espaço no banco traseiro Divulgação O espaço no banco de trás, inclusive, é mais do que suficiente para 4 pessoas. E o melhor de tudo é que nenhum dos ocupantes se sente “afundado” em uma cabine claustrofóbica. O espaço para os ombros, por exemplo, aumentou 10 cm. Vendo a nova Strada sozinha, ela parece muito maior do que o modelo antigo e do que a Volkswagen Saveiro, sua rival histórica. A sensação é que ela se aproxima de modelos maiores, como a Renault Oroch e a própria Toro. Mas é só impressão, como mostra a tabela abaixo. Compare a nova Strada com o modelo antigo e a Toro A capacidade de carga, de 650 kg, foi mantida, na comparação entre versões com cabine dupla. Só que a caçamba acomoda um volume maior até do que o da Toro. São 844 litros, contra 820 da irmã “maior” e 680 da velha Strada. Simplicidade com pioneirismo Exatamente por ser um veículo de trabalho, é preciso manter a vocação de robustez. Para isso, a Fiat manteve a arquitetura da suspensão traseira, com eixo rígido. Seguindo a cartilha de “pau para toda obra”, a Strada não ostenta luxos em seu interior, mesmo na configuração mais cara, Volcano, avaliada pelo G1. O acabamento é bastante simples, inclusive. Poucas superfícies não são de plástico. Mas, a boa montagem faz o aspecto geral ser positivo. A Fiat parece ter investido mais tempo no desenvolvimento dos bancos. Comparados com os do Argo e do Cronos, por exemplo, os assentos da Strada oferecem uma boa dose extra de conforto, tanto na densidade da espuma, como no apoio para o corpo. E também um visual “descolado”, mesclando diferentes tipos de tecidos e texturas. A fabricante, inclusive, promete levar esses bancos para seus outros veículos. É a Strada, quem diria, servindo de referência para outros Fiat. Antiga logomarca da Fiat estilizada na nova Strada Marcelo Brandt/G1 A picape também deve “emprestar” o toque mais charmoso do desenho exterior. Trata-se da logomarca antiga da Fiat, um pequeno emblema com quatro barras verticais inclinadas, pintadas com as cores da Itália. Elas estão localizadas na grade frontal, e são uma nova assinatura visual da marca. Bem mais “high-tech” é a nova central multimídia, outro pioneirismo da nova Strada. A versão mais atualizada da UConnect, como é chamada, é o primeiro carro brasileiro a oferecer conexão para os sistemas Android Auto e Apple CarPlay sem fio. A Fiat também promete estender esse recurso à outros carros. A nova central, inclusive, tem uso mais fácil do que a geração anterior – e está milênios na frente das opções da antiga Strada – que incluíam até um rádio AM/FM que provavelmente foi desenvolvido ainda nos anos 90. Central multimídia da nova Fiat Strada pode conectar Android Auto e CarPlay sem fio Marcelo Brandt/G1 Menos é mais Mas é hora de deixar de lado os recursos da Strada, dar a partida e acelerar a picape. No evento anterior ao lançamento, a Fiat disponibilizou as duas versões mais completas da picape – Freedom e Volcano, ambas com cabine dupla e motor 1.3 Firefly com câmbio manual de 5 marchas. Os números desse motor já são conhecidos: 109 cavalos e 14,2 kgfm. São exatamente os mesmos de Argo e Cronos. E menos do que os 132 cv e 18,9 kgfm da Strada 1.8 que se despede das lojas. Nova geração da Fiat Strada Marcelo Brandt/G1 Pode parecer uma insanidade trocar um 1.8 por um 1.3 – ambos aspirados. Mas tudo começa a fazer mais sentido ao considerar a idade de cada um desses propulsores. O motor maior é bem mais antigo, além de ter funcionamento áspero e ser ávido por combustível. O 1.3, além de moderno - foi lançado em 2016 - tem desempenho melhor do que seus números indicam. Durante o test-drive, em um autódromo no interior de São Paulo, as duas gerações andam lado a lado, com ligeira vantagem nas retas para o modelo antigo. De acordo com números de fábrica, a nova Strada acelera de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos, pouco mais de 1 segundo mais lenta do que a versão antiga. Fiat Strada com motor 1.3 anda melhor do que a antiga com motor 1.8 Marcelo Brandt/G1 Só que a picape mais moderna compensa a diferença nas curvas. Isso porque existe um abismo em qualidade construtiva entre as duas gerações. A nova tem carroceria muito mais rígida. Ao contornar curvas em velocidades mais altas, é possível perceber que a Strada 2021 “rola” menos, e canta pneus muito mais tarde. Enquanto isso, o modelo antigo deixa bastante claro para o motorista quando está no limite da aderência. A maior diferença entre as duas picapes, no entanto, está no consumo de combustível, como mostra a tabela abaixo. Veja o consumo das duas gerações da Strada A discrepância entre as duas picapes é tamanha que a segunda geração, mesmo em ciclo urbano, que tem pior rendimento, é mais econômica do que a primeira em ciclo rodoviário. Boa forma contra a concorrência O adiamento do lançamento fez com que a Fiat segurasse a divulgação dos preços da nova Strada. Por enquanto, é possível apenas estimar os valores, considerando a geração atual e a própria Toro. A Strada Adventure 1.8 que se despede das lojas custa R$ 83.690. Esta faixa deve ser ocupada pela nova versão intermediária, Freedom. A Volcano, mais bem equipada, deve ficar mais próxima dos R$ 90 mil. Mais do que isso, ela ficaria muito próxima da Toro de entrada, vendida por R$ 96.990. Nova geração da Fiat Strada Marcelo Brandt/G1 É um pouco mais do que a Saveiro Cross com cabine dupla (R$ 88.690) e bem mais do que a Renault Oroch Expression (R$ 78.990). Só que, ao contrário do que tem acontecido nos últimos anos, a picape da Fiat é superior. Ela é a única da categoria, por exemplo, a trazer faróis de LED e airbags laterais, que também protegem a região da cabeça. Na outra extremidade, a Endurance com cabine simples deve custar pouco mais que a equivalente atual, Hard Working, de R$ 61.590. A antiga Strada, de 22 anos atrás, vai saindo, aos poucos, de cena, com o papel mais do que cumprido. A nova, que chega em breve, não deverá ter muito trabalho para seguir na liderança do segmento. Nova geração da Fiat Strada tem faróis de LED na versão topo de linha, Volcano Marcelo Brandt/G1 Nova geração da Fiat Strada Marcelo Brandt/G1 Fiat Strada traz novos bancos, com mais apoio lateral Marcelo Brandt/G1 Caçamba da Strada cresceu, e agora tem 844 litros Marcelo Brandt/G1 Nova geração da Fiat Strada Marcelo Brandt/G1 Versão Freedom da Strada traz faróis halógenos Marcelo Brandt/G1 Fiat Strada Freedom tem rack de teto menor Marcelo Brandt/G1 Versão de entrada da Fiat Strada, Endurance Divulgação Versão de entrada da Fiat Strada, Endurance Divulgação Compare as duas gerações da Fiat Strada Marcelo Brandt/G1 Compare as duas gerações da Fiat Strada Marcelo Brandt/G1

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