Duas empresas de entregas por aplicativo anunciam fim de bônus para motociclistas em SP


Segundo a iFood e a Loggi, objetivo é aumentar a segurança dos profissionais. Motoboys querem entender seu papel na relação de trabalho com os aplicativos, se atuam como autônomos ou como funcionários Celso Tavares/G1 Depois de seis meses de negociações com a Prefeitura, as empresas de entregas por aplicativo iFood e Loggi se comprometeram a acabar com bônus a entregadores que trabalham com motocicleta. Segundo as empresas, a medida tem como objetivo aumentar a segurança dos profissionais. A reunião, que contou com a participação do prefeito Bruno Covas (PSDB), também foi acordado que os colaboradores das empresas receberão um treinamento, a ser ministrado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), visando aumentar a segurança no trânsito. “O nosso foco aqui, a nossa prioridade, é a vida. É um problema complexo e multifatorial. E só com gestão a gente vai resolver paulatinamente essas questões”, afirma Vitor Magnani, public affairs do Ifoods. Vanessa Morales, diretora jurídica da Loggi, disse que a empresa nunca incentivou bonificações. “A Loggi sempre se preocupou com a questão de segurança e nunca participou de promoções que pudessem levar a comportamentos inadequados”, disse. Segundo previsão das empresas, cerca de 60 mil motociclistas serão impactados pelas novas medidas, que passam a valer imediatamente. Limbo jurídico Como o G1 mostrou no mês passado, os motoboys que trabalham com aplicativos de entrega se veem em um limbo jurídico e se dividem sobre o tipo de regulamentação que as plataformas devem seguir para garantir uma boa relação de trabalho. A indefinição do seu papel nessa relação de trabalho começou a incomodar quando perceberam que não tinham um mínimo suporte para imprevistos. Em caso de acidente, por exemplo, eles não recebem auxílio pelo seguro do INSS, já que não são autônomos nem empregados. O Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT-SP) ajuizou duas ações civis públicas contra empresas de aplicativo de entrega por entender que elas atuam na ilegalidade ao se omitir sobre o vínculo de trabalho com os motoboys. Os porta-vozes das plataformas argumentam que a proposta é justamente “reinventar a logística” e acabar com a burocracia, daí a falta de vínculo.

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