Presidente da Nissan admite ter recebido pagamento indevido


Sucessor de Carlos Ghosn na montadora, Hiroto Saikawa teria recebido uma remuneração superior a que lhe correspondia. Hiroto Saikawa, presidente da Nissan, durante coletiva de imprensa após a prisão de Carlos Ghosn Issei Kato/Reuters O presidente-executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, admitiu nesta quinta-feira (5) ter recebido uma remuneração superior a que lhe correspondia, informou a mídia japonesa. "Recebi uma retribuição sob uma forma que não corresponde às normas em vigor. Acreditava que era fruto de um procedimento correto", declarou Saikawa à imprensa, segundo a agência de notícias Jiji. Escândalo Carlos Ghosn: o que se sabe até agora Saikawa, que assumiu a direção executiva da Nissan em 2017, no lugar de Carlos Ghosn, pediu perdão "pela perturbação provocada" e garantiu que vai devolver o dinheiro recebido indevidamente. A confissão de Saikawa ocorre após a publicação de uma série de artigos sobre investigações internas da Nissan sobre possíveis pagamentos irregulares ligados à cotação das ações do grupo, que teriam beneficiado Saikawa e outros executivos. O caso será analisado pelo conselho de administração da Nissan no final deste mês, segundo a imprensa. A montadora considera que o caso não viola a lei, informou a agência Kyodo, citando fontes anônimas. Os pagamentos questionados foram realizados com base no mecanismo conhecido como "stock appreciation rights" (SAR)", pelo qual os dirigentes podem receber um prêmio em dinheiro vinculado ao aumento do valor da ação do grupo durante um período definido. Saikawa assumiu a presidência da Nissan no ano anterior à prisão de Ghosn, que aconteceu em novembro passado. O executivo brasileiro foi indiciado por violações financeiras, mas negou irregularidades, dizendo que foi vítima de um complô por parte da direção da montadora. Em abril último, Ghosn foi solto, sob fiança, e agora se prepara atualmente para seu julgamento, previsto para 2020.

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